Publicado em: 31/08/2020 16:41:39
O Laboratório de Geografia e Cartografia - LABCART da Universidade Federal de Rondônia, liderado pela Profa. Dra. Siane Cristhina Pedroso Guimarães, divulga para a comunidade acadêmica painéis informativos com análise de comparação sobre o desmatamento no estado de Rondônia entre o primeiro semestre do ano de 2019 e 2020.
RONDÔNIA: NOSSAS MATAS, TUDO EM FIM.
A Amazônia brasileira sempre foi alvo de debate nas mais diversas esferas políticas e econômicas. Neste sentido, o desmatamento neste bioma que ocupa áreas dos estados do Pará, Tocantins, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Amapá, Acre, Amazonas e partes do Maranhão, não é uma prática atual. Contudo, manteve-se preservado até meados da década de 1970, período em que começou a ser realizado o processo de interferências em sua vegetação, tendo em vista os projetos de integração da Amazônia, situação que se estende até os dias atuais.
Reportando-se para o estado de Rondônia, pode-se dizer que o processo de desmatamento, esteve atrelado, a todo o tempo, ao seu processo de ocupação, a contar com a construção da BR-364, implantação dos projetos de assentamentos implementados pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária – INCRA nas décadas de 1970 e 1980. A movimentação para o estado, em detrimento de todo esses processos, contribuiu significativamente para o aumento populacional da região. Todo esse fluxo migratório possibilitou a expansão da fronteira agrícola e, consequentemente, tornou-se responsável pela substituição da floresta pela agricultura, retirada de madeira, construção de estradas e pastagens.
Diante de tais pontuações, constata-se que o desmatamento no estado de Rondônia avançou com intensidade a partir da década de 1970 e vem ganhando cada vez mais proporção. Um exemplo disso é que Rondônia atualmente tem quase metade de sua cobertura florestal retirada, o que ocasiona graves desequilíbrios para o meio ambiente, como a perda da biodiversidade e aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera.
Os dados atuais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE revelam que o desmatamento em Rondônia, no primeiro semestre de 2020, apresentou um salto significativo em comparação aos anos anteriores, uma condição que se estende a toda a Amazônia Legal. Muitas das discussões debatidas atualmente revelam que a situação de pandemia do Novo Coronavírus – COVID 19, tem contribuído para o aumento do desmatamento ilegal, uma vez que todas as atenções estão voltadas ao combate da pandemia, o que leva os infratores a se aproveitarem dessa situação.
Para analisar o processo de desmatamento na Amazônia, os focos de calor são um bom indício das tendências de ocupação da região, pois esses focos podem estar associados à derrubada e queima da floresta. Em vista a toda essa realidade, apresentaremos uma análise comparatória do desmatamento em Rondônia no primeiro semestre de 2020 com o primeiro semestre do ano de 2019 a fim de mostrar como se encontra o processo de interferência na vegetação no estado e sua evolução.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE fornece dados de desmatamento a partir de uma metodologia de monitoramento da cobertura vegetal da Amazônia Legal e outros biomas brasileiros. Essas interferências na cobertura vegetal são monitoradas considerando o desenvolvimento de três projetos operacionais de mapeamento de dados com o uso de imagens de satélites adquiridas por Sensoriamento Remoto da Amazônia: o Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite – PRODES, o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real – DETER e o Sistema De Mapeamento Do Uso E Ocupação Da Terra – TerraClass.
Para a realidade de monitoramento, no qual optou-se por abordar, este boletim informativo tem o objetivo de apresentar dados referentes ao desmatamento no estado de Rondônia tendo como base de referência o sistema DETER do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE.
O sistema DETER de acordo com o INPE corresponde a um sistema de "levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia", que fornece informações periódicas, quase em tempo real, de desmatamentos com sua localização e extensão aproximadas, tendo em vista as possibilidades de tomada de decisão em tempo hábil pelos órgãos de fiscalização ambiental municipais, estaduais e federais.
Assim, o Laboratório de Geografia e Cartografia – LABCART, por meio de sua equipe fez um esforço coletivo para apresentar a comunidade acadêmica e civil painéis interativos com informações de desmatamento do Estado de Rondônia desde o ano de 1988 até os dias atuais, e um comparativo do desmatamento e dos focos de queimada dos últimos seis meses dos anos de 2019 e 2020. Como este é um projeto do Grupo de Pesquisa, as informações devem ser atualizadas, no decorrer de todo ano.
Fonte: Dra. Siane Cristina Pedro Guimarães, Geógrafa. Dra. Helen Rose Oliveira, Geógrafa. Hélio Lira, Geógrafo. Alcione Gomes Botelho, Geógrafa. Almir Mateus Mello, Geógrafo. Ravele da Silva Santana, Geógrafo. Billyshelby Fequis dos Santos, Geógrafo.